Ouieah! Como não consegui pensar em um post apropriado pro 1º de abril , sai da frente todo mundo que agora vou expelir alguns milhares de caracteres recheados de academicidade TENSA. Na aula de ontem, devíamos apresentar um trabalho cujo objetivo era chegar a uma definição de design. O que é design, afinal de contas?
Pesquisando loucamente por aí, encontrei uma definição excepcionalmente boa de um cidadão chamado William R. Miller [ontem viajei GOSTOSO na aula e troquei o sobrenome dele pelo de outro cara da nossa bibliografia. shit happens when you party naked]. Ele usou um recurso muito didático, rápido e jovem [como um sanduíche] pra expor a sua tese: condensou suas idéias em uma frase. Essa frase não tem a intenção de explicar tudo instantaneamente: ela funciona meio que como um aforismo, tendo uma filosofia toda por trás, e objetiva chamar a atenção do leitor em vez de jogar de cara um texto enorme na cara dele. Taí a dita cuja:
"Design é o processo de pensamento que compreende a criação de uma entidade."
no original em inglês, bem melhor, fica "Design is the thought process comprising the creation of an entity".
Vou resumir bastante aqui a explicação dele pra não ficar tedioso okaay? O conteúdo completo dá pra ler clicando aqui.
- Processo porque design é a série de etapas que precede [e até sucede] a criação de algo, e não o produto final, como costuma ser colocado.
- Pensamento porque o insight, ou a idéia são os catalisadores do projeto todo: quando se faz a conexão entre problema e uma possível solução. Aqui cabe também toda a atividade intelectual como escrever, desenhar, modelar etc.
- Compreende porque o processo de design contém várias etapas. A lista extensa e variada das etapas inclui criação de conceitos, pesquisa de mercado, público-alvo, orçamento, desenvolvimento, protótipo e aperfeiçoamento, pra citar as mais comuns.
- Criação de uma entidade é o fim, quando o projeto sai do papel [ou fica no papel se for um banner he´heééhé!!] e se torna realidade. Depois do produto ser testado por um usuário, o designer ainda pode dar mais uns pitacos, a fim de atingir um resultado realmente bão.
Até aí tudo limdo, uma belesa, só alegria. O poblema se dá quando você argumenta com seus coleguinhas, eles balançam a cabeça pra cima e pra baixo com a-quela cara de paisagem, mas em vez de te ouvir estão pensando algo como "isso, aham, fala logo que eu quero ler o meu aqui, sei, tá, eu também fiz esse trabalho, quero mostrar, vai rápido pô". Aí surgem aquelas perguntas e "afirmações" que soam realmente espertas, mas pra quem entendeu o conceito do nosso queridão Miller, soam realmente obtusas:
Coleguinha - Design é tipo assim, é tipo você desenvolver o projeto e as etapas né, todo um processo, aí tem a ergonomia e a funcionalidade e tem que ser bonito e artístico né, pra chamar a atenção e ter um diferencial, tipo, é isso :B
-OI? q? Olha, não exijo que todo mundo seja super articulado e habilidoso na nobre arte da discursiva, mas isso pra mim não é definir design. É jogar umas palavras-chave ao léu pra ver se o conceito vai cair no chão e se montar sozinho, estilo barraca do Gugu. As idéias do Miller cobrem esses tópicos todos com uma elegância e uma simplicidade impares. Desenvolver o projeto, certamente. Etapas? Etapas. Ergonomia, funcionalidade, estética, diferencial: todas essas coisas são detalhes que dependem do problema e da solução que você arranjar. Vou dar um exemplo que eu não li em lugar nenhum, e sim aprendi por experiência própria.
Estava eu trabalhando lá na Vivo, vestindo meu conjunto chiquérrimo de blazer e calça de brim, pronto pra atender os clientes que eu tanto amava. (-n) Chega uma cliente! Ela quer um celular! Bora vender um pra ela.
- Então, tem esse aqui da Sony Ericsson que tá 399,00 e tem MP3, câmera, 2.0 megapixels, vem com cartão de memória, cabo de dados, fone de ouvido estéreo, e é um aparelho muito completo, tem funções executivas de agenda de compromissos e notas integradas! Super pechincha hein! É um aparelho excelen...
- Ahhh mas eu gosto da Motorola... Tem aquele que é rosa? ;D
- Humm, tenho sim... Mas tá 599,00 aquele, e aí vou ficar te devendo as funções multimídia tipo MP3 e o cartão de memória, porque ele não tem, e a câmera é inferio...
- Aaaaaaaai que mara! Me dá esse rosa! Embala pra presente! Põe crédito nele já também pra eu mandar mensagem! :D :D
- erm... Ok! ;D
O Sony era funcional? Muito mais que o Motorola. Mais ergonômico? Provavelmente. Tinha preço competitivo? Absolutamente. Mas a estética do Motorola ganhou. Por causa de "coisas" que a gente chama de público-alvo, perfil de cliente e objeto de desejo. E como é que se define essas "coisas"? Através do Design, que é o processo de pensamento que compreende a criação de uma entidade. Mais simples e fácil, impossível.
Posso dar vários outros exemplos: notebooks que são mais feios que briga de foice, mas vendem que nem água por causa do preço ou da potência do processador. A caneta BIC, que foi citada na aula: feia e inapropriada pra alguém que escreve o dia todo, como uma secretária ou um escrivão, mas muito prática e barata pro resto da população, que não precisa de conforto e ergonomia em uma caneta que não vai usar muito mesmo. Estética é tudo? Não, mas ajuda bastante se você conseguir encaixar ela no projeto. Funcionalidade é tudo? Igual. Depende, repito, do problema e da solução imaginada.
E isso é tudo que eu tenho a dizer! Texto gigante né, cansei a beleza de todos. Até assumo que de vez em quando eu me passo e exagero na veemência da minha opinião, mas é que quando eu tenho um bom ponto de vista e argumentos pra sustentá-lo, eu insisto pra sempre mesmo. Sou bem mente aberta e estou pronto pra aceitar outras teses, desde que sejam melhores do que essa do Miller! Eu sei que vários designers e publicitários lêem esse blog então DISCUTÃO! Comentário é serventia da casa. Beijomeliguem!
Pesquisando loucamente por aí, encontrei uma definição excepcionalmente boa de um cidadão chamado William R. Miller [ontem viajei GOSTOSO na aula e troquei o sobrenome dele pelo de outro cara da nossa bibliografia. shit happens when you party naked]. Ele usou um recurso muito didático, rápido e jovem [como um sanduíche] pra expor a sua tese: condensou suas idéias em uma frase. Essa frase não tem a intenção de explicar tudo instantaneamente: ela funciona meio que como um aforismo, tendo uma filosofia toda por trás, e objetiva chamar a atenção do leitor em vez de jogar de cara um texto enorme na cara dele. Taí a dita cuja:
"Design é o processo de pensamento que compreende a criação de uma entidade."
no original em inglês, bem melhor, fica "Design is the thought process comprising the creation of an entity".
Vou resumir bastante aqui a explicação dele pra não ficar tedioso okaay? O conteúdo completo dá pra ler clicando aqui.
- Processo porque design é a série de etapas que precede [e até sucede] a criação de algo, e não o produto final, como costuma ser colocado.
- Pensamento porque o insight, ou a idéia são os catalisadores do projeto todo: quando se faz a conexão entre problema e uma possível solução. Aqui cabe também toda a atividade intelectual como escrever, desenhar, modelar etc.
- Compreende porque o processo de design contém várias etapas. A lista extensa e variada das etapas inclui criação de conceitos, pesquisa de mercado, público-alvo, orçamento, desenvolvimento, protótipo e aperfeiçoamento, pra citar as mais comuns.
- Criação de uma entidade é o fim, quando o projeto sai do papel [ou fica no papel se for um banner he´heééhé!!] e se torna realidade. Depois do produto ser testado por um usuário, o designer ainda pode dar mais uns pitacos, a fim de atingir um resultado realmente bão.
Até aí tudo limdo, uma belesa, só alegria. O poblema se dá quando você argumenta com seus coleguinhas, eles balançam a cabeça pra cima e pra baixo com a-quela cara de paisagem, mas em vez de te ouvir estão pensando algo como "isso, aham, fala logo que eu quero ler o meu aqui, sei, tá, eu também fiz esse trabalho, quero mostrar, vai rápido pô". Aí surgem aquelas perguntas e "afirmações" que soam realmente espertas, mas pra quem entendeu o conceito do nosso queridão Miller, soam realmente obtusas:
Coleguinha - Design é tipo assim, é tipo você desenvolver o projeto e as etapas né, todo um processo, aí tem a ergonomia e a funcionalidade e tem que ser bonito e artístico né, pra chamar a atenção e ter um diferencial, tipo, é isso :B
-OI? q? Olha, não exijo que todo mundo seja super articulado e habilidoso na nobre arte da discursiva, mas isso pra mim não é definir design. É jogar umas palavras-chave ao léu pra ver se o conceito vai cair no chão e se montar sozinho, estilo barraca do Gugu. As idéias do Miller cobrem esses tópicos todos com uma elegância e uma simplicidade impares. Desenvolver o projeto, certamente. Etapas? Etapas. Ergonomia, funcionalidade, estética, diferencial: todas essas coisas são detalhes que dependem do problema e da solução que você arranjar. Vou dar um exemplo que eu não li em lugar nenhum, e sim aprendi por experiência própria.
Estava eu trabalhando lá na Vivo, vestindo meu conjunto chiquérrimo de blazer e calça de brim, pronto pra atender os clientes que eu tanto amava. (-n) Chega uma cliente! Ela quer um celular! Bora vender um pra ela.
- Então, tem esse aqui da Sony Ericsson que tá 399,00 e tem MP3, câmera, 2.0 megapixels, vem com cartão de memória, cabo de dados, fone de ouvido estéreo, e é um aparelho muito completo, tem funções executivas de agenda de compromissos e notas integradas! Super pechincha hein! É um aparelho excelen...
- Ahhh mas eu gosto da Motorola... Tem aquele que é rosa? ;D
- Humm, tenho sim... Mas tá 599,00 aquele, e aí vou ficar te devendo as funções multimídia tipo MP3 e o cartão de memória, porque ele não tem, e a câmera é inferio...
- Aaaaaaaai que mara! Me dá esse rosa! Embala pra presente! Põe crédito nele já também pra eu mandar mensagem! :D :D
- erm... Ok! ;D
O Sony era funcional? Muito mais que o Motorola. Mais ergonômico? Provavelmente. Tinha preço competitivo? Absolutamente. Mas a estética do Motorola ganhou. Por causa de "coisas" que a gente chama de público-alvo, perfil de cliente e objeto de desejo. E como é que se define essas "coisas"? Através do Design, que é o processo de pensamento que compreende a criação de uma entidade. Mais simples e fácil, impossível.
Posso dar vários outros exemplos: notebooks que são mais feios que briga de foice, mas vendem que nem água por causa do preço ou da potência do processador. A caneta BIC, que foi citada na aula: feia e inapropriada pra alguém que escreve o dia todo, como uma secretária ou um escrivão, mas muito prática e barata pro resto da população, que não precisa de conforto e ergonomia em uma caneta que não vai usar muito mesmo. Estética é tudo? Não, mas ajuda bastante se você conseguir encaixar ela no projeto. Funcionalidade é tudo? Igual. Depende, repito, do problema e da solução imaginada.
E isso é tudo que eu tenho a dizer! Texto gigante né, cansei a beleza de todos. Até assumo que de vez em quando eu me passo e exagero na veemência da minha opinião, mas é que quando eu tenho um bom ponto de vista e argumentos pra sustentá-lo, eu insisto pra sempre mesmo. Sou bem mente aberta e estou pronto pra aceitar outras teses, desde que sejam melhores do que essa do Miller! Eu sei que vários designers e publicitários lêem esse blog então DISCUTÃO! Comentário é serventia da casa. Beijomeliguem!
Marcadores: design
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Dani Fachini disse...
vc deveria ter sido meu professor..
1 de abril de 2009 às 13:09
chicoerrante disse...
Entããoo!
Gostei de ver, mister Bgaian!
Garoto bão, dá até orgulho nos tio veterano!
A definição do Miller, a nível de (expressão horrível, mas são 1:30 e tou sem saco pra pensar em outra) definição básica é bem completa e, por isso, vou te passar um livro do Bruno Munari que vai te fazer gozar na calcinha de renda... Ele engloba essa visão de certo modo até simplista do Miller e adiciona toda a magia e djeito caliente do tio italianão, lembrando os amizade que fazer design é um baguio phoda e nervoso e que o processo é sim lento, como já diriam nossos parentes pretos do Racionais.
Mas te agarantcho o seguinte: essa visão realista sobre o que é design é bem válida, lúcida e inserida no contexto, mas tu esqueceu de um dos fatores mais importantes num produto (no pun intended), ás vezes mais importante que todo o resto: marketingue, nego!
O Motorolinha esdrúxulo lá vende não porque é mais bunito, ams sim porque ele teve toda uma campanha de ligar ele ao tal público alvo, campanha essa que as cabeças de gado provavelmente nem lembram ou perceberam, mas deixou tudo bem cimentadim dentro da (falta de) personalidade dos amigos.
Mas marketing a gente discute outra hora.
Adorei o post, vai nessa que tu vai longe (no bom sentido).
Abrass
1 de abril de 2009 às 21:37
Bia Huk disse...
meu ídolo.
1 de abril de 2009 às 22:05
chicoerrante disse...
antes que eu me esqueça
http://www.youtube.com/watch?v=KuWlfHhka2k
suck my diiiiiiiiiick
1 de abril de 2009 às 22:05
dox disse...
cara, essa pira do design eu li no trabalho meio correndo e não posso dar minha super opinião que iria mudar a visão de todos, por isso me abstenho. te xexplico pessoalmente ;]
2 de abril de 2009 às 19:12
dox disse...
XEXPLICO! uhaeuhaehuae!
2 de abril de 2009 às 19:13